Às vezes pinto um sorriso;
qual rabisco a carvão
traçado no papel enrugado ou noutro que tenho à mão.
Não penso, desenho;
e quando acabo o sorriso
e vejo o quão imperfeito ficou,
não que o sorriso seja mau, ou que tenha acabado a
vontade de sorrir,
apenas foi volátil, traçado num papel, a fingir.
Demoro o pensar na gente que passou
e na impressão que no meu eu macerou
rasgo o sorriso e o papel que manchou.
Arrumo os pinceis na caixa que voltarei a abrir.
Fernanda Paixão, 2021.10.07
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