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quinta-feira, 7 de outubro de 2021

Sorriso

 

Às vezes pinto um sorriso;

qual rabisco a carvão

traçado no papel enrugado ou noutro que tenho à mão.

Não penso, desenho;

e quando acabo o sorriso

e vejo o quão imperfeito ficou,

não que o sorriso seja mau, ou que tenha acabado a vontade de sorrir,

apenas foi volátil, traçado num papel, a fingir.

Demoro o pensar na gente que passou

e na impressão que no meu eu macerou

rasgo o sorriso e o papel que manchou.

Arrumo os pinceis na caixa que voltarei a abrir.

 

Fernanda Paixão, 2021.10.07




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