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quinta-feira, 20 de janeiro de 2022

Até um dia

 

Até um dia.

 

Aquela brisa que agita a poeira parada nos objectos imóveis,

que levanta o pó da terra dos caminhos calcados dos passos das gentes,

é também a que sopra as folhas, que mortas, se desprendem dos ramos que as ligavam à vida.

Aquela brisa que te fecha os olhos defendendo-os de padecer

é a que te leva ao choro provocado pela poeira que neles entrou.

E assim entre brisas e poeiras, num ciclo infinito impossível de entender, entre sorrir e sofrer unem-se o nascer e o morrer.

 

Até lá, vives nos meus pensamentos.

 

15/01/2021

Fernanda Paixão



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