Até um dia.
Aquela brisa que agita a poeira parada nos objectos imóveis,
que levanta o pó da terra dos caminhos calcados dos passos
das gentes,
é também a que sopra as folhas, que mortas, se desprendem dos
ramos que as ligavam à vida.
Aquela brisa que te fecha os olhos defendendo-os de padecer
é a que te leva ao choro provocado pela poeira que neles
entrou.
E assim entre brisas e poeiras, num ciclo infinito impossível
de entender, entre sorrir e sofrer unem-se o nascer e o morrer.
Até lá, vives nos meus
pensamentos.
15/01/2021
Fernanda Paixão