Um dia,
talvez amanhã, quando morrer,
quero ser pó.
Pó fino espalhado no vento.
Quero sair como cheguei,
uma ideia sem esboço
que apenas (sobre)vive naqueles que amam.
Quero que aqueles que amei fiquem na certeza do amor que lhes
votei.
Quero poucos,
apenas os que verdadeiramente foram amor,
aqueles que comigo partilharam os sorrisos e a dor.
E que sobre o corpo que foi meu, lavado, nu e branco, repouse
apenas um pano,
um pano que oculte os olhos já cegos e os lábios sem cor,
e que sobre ele me deixes o teu ultimo beijo, AMOR
Fernanda
Paixão, 03/11/2021