Ouvem-se passos
Pesados marcados no caminho
Passos que se arrastam
e se agastam enquanto definho
Passos incertos, funestos
Marcas no tempo que o tempo imprime
Rasgos profundos
Sulco indelével do qual me fecundo
Ouvem-se passos
Já não estão distantes
Trazem as novas em sons vacilantes
Cadência perdida
Em sons tão presentes
Rasgam a alma que deixam em ferida
Ouvem-se passos
Cambaleantes, embriagados
Dos sonhos que tolhem nos necessitados
Ouvem-se passos
São uma ameaça
Passos de gente de alma devassa
Ouvem-se passos
De quem tem poder
De quem tudo pode sem nada temer
Ouvem-se passos
De gente disforme
By Fernanda Paixão
2011-12-08
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