Às vezes,
Parecem tão longos os minutos das horas;
Parecem sombrios os raios de Sol
Parecem em brasa os caminhos da vida
Às vezes
Caem da alma gotas salgadas
Doem as mãos que se entregam e se dão
Arrastam-se os pés que, cansados, dizem que não, e
No silêncio da noite ouvimos queixumes
Os olhos pesados insistem fechar-se
Às vezes
Apenas o eco me recorda o viver
Apenas os teus olhos me aquecem o ser e
Quando em pranto desisto de estar
Amparas-me o corpo que se quer entregar
Às vezes
Quando a vontade é de desistir
De fugir para longe ou mesmo partir
De negar a presença à maldade humana
Ergues-me tu desta entrega mundana
Às vezes
Esqueço o dormir.
Às vezes,
Tantas vezes
Escondo o sofrer e a pele rasgada
Saro as feridas com água salgada
Aperto o espartilho do coração a bater e
Recolho o sangue que está verter
Às vezes
Elevo à força as ruínas de mim
Ascendo o mundo com trepadeiras jasmim
Voo no vazio esquecendo o sentir
Para conseguir voltar …. a sorrir
Ás vezes,
Tantas vezes …
By Fernanda Paixão
20110928
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