Deixo que a mente vagueie,
Que percorra os recantos que lhe escondo;
Deixo-me deslizar, parto, vou ao seu encontro;
Entrego-me à indolência sem me inquietar;
Sinto o corpo fugir-me sem me admoestar!
Crepitam os ramos, gemem ao queimar,
Enfeitiça-me o laranja da chama que insiste em dançar,
Invade-me o calor que me impele a sonhar!
Já não sou quem marca a cadência da minha existência,
Pendem-me os braços do corpo inerte,Cala-se a voz num silêncio gritante,
Transcendo-me! Já nada é importante;
E nesta aprazível monotonia,
Envolta de transparente sinfonia,
A ti me entrego em perfeita harmonia
2010-12-06
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