Passei-te ao lado, na rua que percorri sem te ver
Bateste-me à porta que mantive fechada
Preenchia-me o sonho de tudo mudar
Queimava-me as mãos aquela vontade
Transportava no peito assaz ansiedade
Sonhava a justiça e a dignidade
Sonhava um mundo de equidade
Procurava ser Maior, ser Melhor
No caminho perdi o pensamento
Perdi a cadência e a azáfama
Cedi na vontade de lutar
Entreguei o sonho de tudo mudar
Recolhi as garras da agitação
Entreguei as armas, vi a traição
Deixe que o sonho caísse por terra
Vi o mundo tal como ele era
A vida passa agora devagar
Os dias decorrem sem inquietação
Deixo que a paz invada o meu ser
Dou valor ao que me enche o coração
Abri-te finalmente a porta
Aceitei-te tal como és
Aprendi a viver-te, calma,
Vida
Fernanda Paixão, 21/07/2010
Fernanda Paixão, 21/07/2010
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