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sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Aquilo que não sei




Digo-te palavras desfiadas de novelos de algodão
Acaricio tua pele com sopros quentes do alento que em mim fechei
Perfumo a tua boca com o beijo salgado em nós
Lavo os teus olhos com as lágrimas que não sequei
Procuro a tua mão e em suspiros cavados te peço perdão
Pelas palavras lançadas em devaneio
Pelas palavras caladas no silêncio
E em vão adormeço aspirando o amanhã …
Escrevo hoje aquilo que não sei se amanhã te direi …
Em toques subtis de lábios quentes … sou tua

By Fernanda Paixão
2010-10-21

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Adoro-te




Aqui estou, sentada, mãos na algibeira à espera que chegues!
Não tardes! Traz contigo o cheiro da maresia e o gosto da romã!
Pisa levemente a calçada, sem ruído ou invasão do soalheiro da tarde!
Espero!
Já é tarde.
As palavras que te diria ficam presas como monossílabos em acordos menores.
Prendo o olhar na linha do horizonte que teima em confundir-me.
O tempo passa lento, deixando que o rasto das sombras se alargue até desaparecer.
A rua tem agora um toque de prata e no firmamento cintilam milhares de pirilampos dourados.
Chegas, demoras suavemente os lábios quentes nos meus, dás-me a mão e enganamos o tempo e trocamos as palavras dedilhadas nas cordas do silêncio.
Tu dizes “adoro-te”


By Fernanda Paixão
2010-10-14

sábado, 9 de outubro de 2010

Pensamento do dia


Muitos dias, triste, pergunto-me qual o sentido da vida! No dia seguinte acordo e sorrio!

By Fernanda Paixão
2010/10/09

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Quem és tu Sonho?




Quem és tu?
Que me bates à porta quando estou a sonhar!
Que me falas baixinho para me embalar!
Que me deixas o aroma do teu serpentear!

Quem és tu?
Que sem nada dizer me preenches a noite!
Que sem me tocar me dás um açoite!
Que sem me olhar fazes com que pernoite!

Quem és tu?
Intruso do breu, do mistério chegado!
Caminhante invisível, saltimbanco arreigado!

Quem és tu
Que me fazes sorrir
Que me fazes chorar
Que me fazes voar?

Quem és tu Sonho?

By Fernanda Paixão
20/09/2010

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Envelhecer




Queima-me a dor

Engelha-me a pele

Engrossam os dedos

Sem que me flagele

Fraquejam-me as forças

E o coração

Os cabelos já brancos

Por antecipação

O corpo mudou

Avalio a mudança

Eu quero ficar

Para sempre criança!

As manchas na pele

O cansaço constante

A força que falta

O ficar dissonante

O corpo definha

Mas a alma não quer

Recusa-se a ver

Para onde caminha

O corpo não deixa

A alma que o tenta

A alma que o julga

E que o alimenta

O corpo aparenta a sua idade

Na alma perdura a jovialidade.

Se o corpo e alma acusam lembrança

Eu quero ficar para sempre criança!


By Fernanda Paixão

2010-06-20