De
todas as palavras do mundo
As
caladas dentro do peito
Juntas,
fechadas em conceito
Contristem
sem qualquer preceito.
E
a orada explícita e eminente
Liberta,
vera, independente
De
nada serve o eloquente
Visado
pela boca malevolente.
O
povo, ávido e maledicente
Desprovido
de capacidade discernente
Toma
partido perfidamente
Dos
que lhe servirão a corrente.
E
se a rua se lava de gente
Desnuda,
só, aparente
Logo
aparece quem porta
Na
mão uma lança pungente
Que
em laçada, nó ou pendente
Se
agita e lança frivolamente
Sem
fé, crença ou promitente
Sangrando
a carne inocente.
Fernanda
Paixão
15/09/2015