Sem ti o dia é mais longo
E na noite tingida de negro
Debandam as estrelas do céu
Deixando-me no olhar a bruma de um véu
Sem ti o meu andar é tardio
Arrastando as correntes da ausência
Enraizando os pés na calçada
Na qual estremo a minha carência
Sem ti sou mão caída, á espera,
De braços lançados, em chamas
Um colo inóspito que exaspera
De um corpo informe, Quimera
Sem ti sou pouco mais que um vazio,
Uma tela sem tinta nem cor
Um mar à espera de sal
Uma parede à espera de cal
Fernanda Paixão
25-03-2014