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segunda-feira, 18 de abril de 2011

Depois de Ti


Depois de ti o vazio da noite
A confissão às paredes despidas
Os fantasmas das vidas perdidas

Depois de ti o silêncio
O universo das bocas fechadas
As portas à chave trancadas

Depois de ti o abismo
O pecado de um alento velado
O sabor de um gosto queimado

Depois de ti o delírio
O desejo da cor da alvorada
O ensejo da pele rasgada

Depois de ti só o frio
O saber de uma vida apagada
A fala com a voz agastada

Depois de ti a quimera
A ilusão da existência sonhada
Depois de ti não há nada!

Depois de ti não há nada!

By Fernanda Paixão
2010-12-27

sexta-feira, 8 de abril de 2011

É de Branco


É de Branco que pinto os sonhos,
Outrora rabiscados de tantas cores;
É de linho que os envolvo
Antes abraçados a papel;
É com laçadas largas que os prendo
Libertando-lhes os nós apertados.
Hoje sonho com a calma do tempo,
Na calma que o tempo tem!
Já não corro no prazo do sonho
Com receio que o sonho se acabe.
Sonho em halos cadenciados,
Permitindo-me lentidões e silêncios.
Deixo espaços …
Espaços para que outros sonhos
Se permitam crescer e correr nos meus.
Deixo que o sonho caminhe, sem afogo,
Sem euforias ou devaneios.
As nuvens que acamam os meus sonhos
São agora suaves mantos de algodão,
…. Eufemismos de mim!


By Fernanda Paixão
06/04/2011