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terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Se soubesses o quanto


Se soubesses o quanto preciso de ti
Nos dias em que o céu escurece
Nas noites em que o breu transparece
Nas horas que passam devagar
Nas palavras que lanço no ar
Se soubesses o quanto preciso de ti
Na casa cheia de gente
No vazio de ser intransigente
Na voz que oscila sem querer
Nos olhos perdidos sem te ver
Se soubesses o quanto preciso de ti
No sorriso que me rasga o expressar
Na expressão de um leve esgar
Na lágrima que dos meus olhos brota
Na mão que te oferto e se esgota
Se soubesse o quanto preciso de ti
No silêncio de todas as noites
Nos caminhos com passos errantes
Nos lençóis vazios e frios
Nas carícias em desvarios
Nos meus lábios sedentos de um beijo
No coração que palpita quando te vejo
Se soubesses o quanto preciso de ti
Na vivência de uma vida a dois
No imaginar do que virá depois
Na partilha do respirar
No simples gesto de estar
Se soubesses o quanto preciso de ti
Se soubesses o quanto te amo a ti


By Fernanda Paixão
17/01/2011

sábado, 22 de janeiro de 2011

Lyonce Viiktórya


Longe dos poemas, hoje deixo uma reflexão ... um estado de espírito, se assim lhe posso chamar...
Lyonce Viiktórya – É com o estômago às voltas que vou ouvindo e lendo comentários de todo o tipo de “gente” sobre o nome da criança acabada de nascer e registada com o nome “Lyonce Viiktórya”.
Não vou ser hipócrita ao ponto de dizer que me agrada e que não soltei uma gargalhada com algum tipo de “piada” feita à custa do mesmo num órgão de comunicação social.
Contudo e porque as injustiças me doem na alma e porque há gente que se outorga o poder da “superioridade” e da irrevogabilidade de valores não posso deixar de me indignar com a “notícia” que acabei de ler no semanário “i” na coluna intitulada “COLUNA VERTEBRAL”, na página 4, e assinada por um senhor de nome José Couto Nogueira.
A notícia é rematada, após algumas considerações com “Agora talvez se pudesse intervir através da Assistência Social, o organismo que monitoriza as agressões domésticas. Porque Lyonce Viiktórya é notoriamente um caso de violência infantil”.
Este senhor, que alega que os pais que atribuem o nome de Lyonce Viitórya a uma filha deveriam ver-se a braços com um processo de violência infantil, defende no parágrafo anterior que quem por acaso do destino teve/tem pais alcoólicos ou desleixados se deve resignar pois: “Azarito” o deles…
Sinceramente, num país atravessado por uma grave crise económica e política, num país onde os valores se perdem a cada dia que passa e onde é permitido que se crucifiquem pessoas na praça pública fazendo da escolha de um nome uma notícia de interesse nacional só pode estar à beira do abismo.
Mal vai o país em todos têm medo de manifestar a sua opinião em causa própria ou em prol da cidadania ou do interesse público mas se advogam de poderes para o debate, ou melhor, achincalhamento de quem não tem poder.
Não quero, também eu, advogar-me um direito que não possuo mas será justo satirizar um casal, que aliás tem sido sistematicamente objecto de chacota, apenas por possuir algum dinheiro sem uma posição social relevante ou sem formação intelectual?
Porque não se lançam as mesmas chacotas sobre outros nomes de filhos de famosos, sejam eles portugueses ou não? O que dizer sobre o nome Cristianhinho? Ronaldinho? Vanessa Sofia? Ana Mar? Ana Miguel? Santiago? Leonardo? Martin? Mia? Iris? Carolina? Milena? Milene? Horácio? Efigénia? Paris? Etc., Etc., Etc.. Não emito qualquer manifestação sobre os nomes, tenho a minha opinião, é claro, mas não me parece justo crucificar ninguém do modo como tem sido feito, tanto mais que quem está a ser visado, quer se queira quer não, é a criança indefesa e não os pais.
Alguém pensou indagar se Lyonce não será nome Guineense (terra natal do pai)?? Victórias Cristinas, Vitórias Marias, Marias Victórias há muitas por aí…
Não defendo ninguém mas a injustiça incomoda-me profundamente.
Fernanda Paixão

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Talvez


Talvez te abrace ou te beije.
Talvez te olhe simplesmente.
Talvez embeleze a minha alma com o teu sorriso!
Talvez abrilhante o meu sorriso com o pensamento em ti.
Talvez procure no infinito o modo de te alcançar.
Talvez alcance a felicidade por a tua presença compartilhar!

By Fernanda Paixão
2010-12-03


quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Parto



Parto sem saber para onde
Qual o caminho a seguir
Qual o destino que me espera
Qual o eixo desta esfera!
Parto sem saber o motivo
Sem bagagens ou lembranças
Sem ideias ou esperanças!
Parto apenas porque levo
Meu coração a bater
Os meus olhos a flamejar
E a minha boca a gritar!
Parto porque me despedi
Porque de lutar desisti
Parto porque vejo a maldade em ti!
Parto,
A desilusão apossou-se do meu coração
Não consigo encontrar um motivo que me faça ficar
Parto e levo comigo a certeza que tudo fiz para te mudar!
Parto,
Levo uma mala cheia de desilusões,
Uma mão cheia de solidões,
Um mundo que não consigo mudar!
Parto,
E triste, grito com o peito rasgado
“O homem tem o coração profanado”

By Fernanda Paixão
19/01/2011

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Gente que passa


Olho através da vidraça
A chuva que teima cair
Olho pra gente que passa
E que já não sabe sorrir

Olho pra gente apressada
Com passos em grave cadência
Gente sempre atribulada
Mesmo sem pressa ou urgência

Olho para gente que passa
Que finge que a vida é a correr
Olho pra gente que vive
Uma vida sem viver

Olho pra gente que embaça
Que me olha através da vidraça
Olho pra gente sem graça
De uma vida de desgraça

Olho pra gente que passa
Pra ela grito a sorrir
Vivam a vida com graça
Não queiram apenas fingir

Olho através da vidraça
A chuva que teima cair
Olho pra gente que passa
E que já não sabe sorrir


By Fernanda Paixão
16/ 01/2011

sábado, 15 de janeiro de 2011

Nosso Caminho Talhado



Nosso caminho talhado,
Feito de pó e suor
Conduz-nos a todo o lado
Conduz-nos à ausência de dor

Nosso caminho em luz,
Em mim e em ti sufragado
Conduz-nos a um mar mitigado

Num adejar que nos seduz



Nosso caminho almejado

Sem dúvida e sem pecado


Conduz-nos a uma palete de cor
Conduz-nos a um mundo de Amor

By Fernanda Paixão
15/01/2011

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Tens em ti


Tens em ti a loucura,
Dança no teu ventre o desejo,
A tua boca sedenta …
Sôfrega de um beijo.

Vagueias nas ruas cheias de gente
Perdes-te nas águas do mar
Ardes em ti,
Deixas-te arrebatar…

As tuas mãos balançam,
O corpo ondula sem querer,
Os olhos não vêem o que alcançam,
O teu sentimento é sofrer.

A tua voz rouca agita-se agora!
Deslocas o ar que respiras,
Infamas o corpo que implora
Não partas … morro se suspiras!

By Fernanda Paixão
11/01/2011

domingo, 9 de janeiro de 2011

Agora que te vejo


Agora que te vejo,
Desta janela distante,
Contemplo com clareza
A presença dissonante!
O sonho que me arrasou,
A agitação que foste em mim,
A origem de um princípio, que sem inicio teve fim!
As palavras que trocamos,
Os silêncios preenchidos,
Os sonhos que sonhamos
Num caminho interrompido!
Aquilo que não ousamos,
A infâmia da cobardia,
O que perdemos e deixamos
Na noite que se fez dia!
Os desejos por desvendar,
A inocência da paixão,
A vontade de me entregar
A vida que nos vieram roubar!
 Agora que te vejo,
Desta janela distante,
Contemplo com clareza
A presença dissonante!

By Fernanda Paixão
09/01/2011

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Não digas nada




Não digas nada!
Fecha a janela e senta-te a meu lado,
Ouve o som do silêncio,
Ouve o bater das ondas do mar na areia que o espera para amar.
Não digas nada!
Escuta os brilhos da luz da lua,
Escuta os sons das sombras das árvores no escuro da rua.
Não digas nada!
Sente o bafejo da respiração.
Não digas nada!
Ouve o bater do coração.
Não digas nada!
Encosta-te a mim, sussurra-me palavras meigas.
Não digas nada!
Leva-me contigo,
Transporta-me, transforma-me, mima-me, beija-me ou apenas  
Não digas nada
Senta-te a meu lado e dá-me a mão.

By Fernanda Paixão
07/01/2011

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

A ti permito


A ti me entrego,
Me deixo afagar
Em ti naufrago, navego, me apego,
Me elevo … a sonhar!
A ti me congrego,
Me sinto despertar!
A ti permito o meu corpo desenhar!
A ti te digo palavras tão loucas,
Em ti, em mim, unimos nossas bocas!
A ti permito que enchas o meu mundo,
Em ti me perco e fecundo!
A ti permito que roubes a minha voz,
Que partas em nos, que sejas quimera, fantasma, ilusão…
A ti permito que roubes o meu coração

By Fernanda Paixão
05/ 01/2011

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Se pudesse dizer-te


Se pudesse dizer-te como sou,
Ou para onde vou…
Dir-te-ia que sou florida;
Dir-te-ia que corro pela vida;
Umas vezes sentida, outras vezes perdida!
Quase sempre numa utopia aguerrida!
Se soubesse dizer-te como sou,
Ou para onde vou …
Dir-te-ia que sou delicada;
Dir-te-ia que sou singela;
Que sou gente de aguarela,
Que sou gente que se parcela … 
Dir-te-ia que vou para onde o carinho me encontrar!
Se me perguntares como sou,
Ou me seguires para onde vou,
Perdoa-me se não te encontrar, tenho-me para me dar,
Tenho-me para sonhar …
E,
Se me encontrares sentada, chorando na à beira da estrada,
Ou deitada na areia do mar, sentido a brisa que me veio afagar,
Não me percas, não me leves, não me entregues …
Senta-te a meu lado para me abraçar!

By Fernanda Paixão
2011-01-03

domingo, 2 de janeiro de 2011

Bati-te à Porta


Chove,
Num fim de tarde cinzento
Chuva que torna o dia macilento.
Percorri a rua numa corrida infernal
Deslizei sob o chão num sentimento venal
Bati-te à porta no anseio de um abraço
O corpo lascivo em total descompasso
O som ecoou na casa fechada.
Redobrei o bater com a carne gelada.
Do lado de dentro nada soou,
Nem passos, nem vozes … quem me guilhotinou?
Só o som do silêncio, um tempo perdido
Um desvanecer num perder do sentido.
Dos olhos brotou a minha água salgada
A chuva lavou-a … transformou-a em nada

By Fernanda Paixão
2010-12-31