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sábado, 5 de fevereiro de 2011

Alvorada


No nascer da alvorada,
Acordo trémula, assim assustada.
Permaneço em silêncio, imobilizada.

No nascer da alvorada,
Sinto-me nua, pele molhada.
Deitada na areia, minha almofada.

Beija-me o mar,
Que o corpo me cobre.
E logo descobre e me soçobre.

De olhos fechados,
No som do infinito,
Perscruto o sonho em perfeito delito.

No nascer da alvorada,
Com o sol a aflorar,
Na minha pele branca começa a tocar.

No nascer da alvorada,
No rumor de cada onda,
Sinto o teu olhar, conclui que me esconda.

No nascer da alvorada,
Nas palavras tão poucas,
Sinto a tua mão, as carícias tão loucas.

No nascer da alvorada,
Nas sombras despertas,
Os silêncios falados, a alma que ofertas,

No nascer da alvorada,
No raiar de um suspiro,
Numa entrega de nós que contigo conspiro.

No nascer da alvorada,
Em perfeita inocência,
Trocamos olhares com tanta imprudência.

No nascer da alvorada,
A ti me revelo,
Na certeza do amor, que em ti eu anelo.

No nascer da alvorada,
Num beijo furtado,
Nas juras de amor, no sonhar acordado.

No nascer da Alvorada …


By Fernanda Paixão
05/02/2011

2 comentários:

  1. O que dizer, Amiga!? Apenas isto:

    No nascer da alvorada,
    de tua fonte carente,
    por minha fonte esgotada,
    te bebi sofregamente.

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  2. Zé amigo, poeta. Bem-haja pelas palavras que confortam a alma.
    Beijos

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