Páginas

quinta-feira, 26 de abril de 2018

Sou eu senhor



Sou eu senhor,
Lavada em sangue e suor
E pó da terra,
E rugas que o tempo sulcou;
E chagas que ele cravou.
Sou eu chorada por mil lágrimas
De dor e alegria
Sou eu na pele que esconde os golpes e a euforia
Da vida que se faz dicotomia.
Sou eu de sorriso entregue à boca alheia, ou de
De dor partilhada, que a dor desnorteia.   
Sou eu
E corro na urgência de um grito ou na volúpia que me flanqueia.
Sou eu
Nas pontas dos pés seduzindo o futuro que se esconde
Ou recordando o que o passado vai unindo
Sou eu em doses pequenas do viver em soluços
Das marcas que deixo no chão
Das palavras que calo e devia falar,
Ou das que grito e devia calar,
Sou eu, pedaço de carne feita gente
Que passa na vida em revista urgente
Sou eu, sou pouco, um pouco feito de nada
Sou apenas gente,
Gente transparente

Fernanda Paixão
26/04/2017

Sem comentários:

Enviar um comentário