Páginas

sábado, 21 de janeiro de 2017

Fina fita estirada







Fina fita estirada

Residir num paralelo;
Numa fina fita estirada
da qual não há sombra ao luar.
Um fio riscado à mão
em antracite esmigalhado
na branca folha do destino.
Pende a vontade
nos passos oscilantes do andar.
Às vezes apetece parar.
E quando o corpo hesita,
na vertigem do caminho,
e a sombra da morte assola,
lacrada num ocre pergaminho;
A fina fita estirada, balança;
O pendão cheira a incenso
daquilo que pode ser.
É frágil, tão frágil, a fina fita
que, estreita, se agita num constante resignar,
num constante oscilar;
num constate cair para a seguir se levantar;
É fina, tão fina, a frágil fita
que nos força a volver a equilibrar.

Fernanda Paixão
14/07/2015

Sem comentários:

Enviar um comentário