Páginas

terça-feira, 22 de setembro de 2015

Gente Inocente






De todas as palavras do mundo

As caladas dentro do peito

Juntas, fechadas em conceito

Contristem sem qualquer preceito.

E a orada explícita e eminente

Liberta, vera, independente

De nada serve o eloquente

Visado pela boca malevolente.

O povo, ávido e maledicente

Desprovido de capacidade discernente

Toma partido perfidamente

Dos que lhe servirão a corrente.

E se a rua se lava de gente

Desnuda, só, aparente

Logo aparece quem porta

Na mão uma lança pungente

Que em laçada, nó ou pendente

Se agita e lança frivolamente

Sem fé, crença ou promitente

Sangrando a carne inocente.



Fernanda Paixão 

15/09/2015