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quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

Fio do enredo











No fio, feito de luz,
Rasgão do nero das sombras,
Adeja o puníceo das folhas
Cambiante que escraviza e seduz

Tombadas no chão de verniz,
Tapiz de seda e veludo,
Brotam ecos da passagem
Num caminho que se desdiz

E, no prazo

Dos cardos que povoam o alento,
Das pétalas arquejadas pelo vento,
Ficam as pedras feitas caminho
E desvelos de um sonhar torvelinho

Puxado o fio do enredo
Olhando o fim do percurso
Sobejam anseios mundanos  
De mudos gritos ufanos


Fernanda Paixão

2-9-2014

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