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domingo, 5 de outubro de 2014

Conter-te no peito!







Levo-te na palma da mão,
Fechado com medo que quebres e sofras dos males do mundo!
Levo-te fechado, aninhado mas sempre tangível e,
De quando em vez, quando te tocam com a ponta do dedo e
Te mostram um doce sorriso
Amotinas-te, pululas acelerado, descompassado
E é impossível conter-te,
Sais, passeias-te alegre como se atravessasses campos dourados semeados de trigo
Ou dançasses em verdes prados os sob azuis mais intensos.
E fluis, e rebolas pelas colinas, e banhas-te em riachos de água fria e, sorris … és feliz.
És simplesmente, feliz.
Pouco te importa o contratempo, a chuva, o trovão o mau tempo …. És feliz!
Mas quando te feres e sangras
Nas pedras que a vida semeia
Recolhes nas mãos que te cuidam, as mãos que te sanam a ferida,
Que te afagam e te aquecem e te servem de ermida
Que te embalam até à próxima partida.
É impossível conter-te no peito!


Fernanda Paixão
05/10/2014