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terça-feira, 25 de março de 2014

Sem Ti




Sem ti o dia é mais longo

E na noite tingida de negro

Debandam as estrelas do céu

Deixando-me no olhar a bruma de um véu


Sem ti o meu andar é tardio

Arrastando as correntes da ausência

Enraizando os pés na calçada

Na qual estremo a minha carência

 

Sem ti sou mão caída, á espera,

De braços lançados, em chamas

 Um colo inóspito que exaspera

 De um corpo informe, Quimera


Sem ti sou pouco mais que um vazio,

 Uma tela sem tinta nem cor

 Um mar à espera de sal

 Uma parede à espera de cal

 

Fernanda Paixão

25-03-2014

terça-feira, 18 de março de 2014

ALMA DESASSOSSEGADA


 
 
Minha alma desassossegada
Quase se entrega,
Quase desiste por estar fatigada.
Quase acredita não valer nada.
Encosta-se ao ombro ou fica inquieta
Medita no mundo que já não desperta
Minha alma desassossegada
Fica atenta, mantem-te acordada
A luta que travas não é desejada
Minha alma desassossegada
Sente-se só, abalroada
Descrente do mundo de gente assombrada
Gente sem sonhos, nação ofuscada
Minha Alma desassossegada
Poente da luta por se libertar
Um dia virá em que poderás voar.
 
 
06/10/2013
By Fernanda Paixão