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quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

Este Tempo

 
 
 
Discorre este tempo,
Ausente de mim!
Sou-lhe indiferente,
Um nada sem fim!
 
Discorre este tempo
Em fitas de cetim,
Escrevendo a história
Em folhas de pasquim!
 
Este tempo que sobeja se lento,
Em rasgos de opressão,
Urge apressado
Em cada jubilação!
 
Discorre este tempo
Numa dança, em festim!
Sou-lhe infiel
Não se apercebe de mim!
 
E na letargia de alvores
Vagueia este tempo
Manchado de cores
Pois nele residem tantos amores!
 
Cabem no tempo todos os ecos,
as vozes dissonantes,
 os ensejos gorados
E as lágrimas concomitantes!
 
Neste tempo, carrasco da vida
Em que hei-de soçobrar
Navega a minha alma,
que, volúvel, insiste em vogar!
 
Discorre este tempo,
Ausente de mim!
Sou-lhe indiferente,
Um nada sem fim!
14.01.2014
Fernanda Paixão
 



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