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sábado, 21 de setembro de 2013

Lobos




Na solidão das palavras
Definha-se.
São armas poucas nesta díspar batalha perdida.
Todos se escondem se a verdade se impõe;
São lobos.
Alcateias ávidas.
Cegos.
A luz que os ofusca incendeia.
O grito dos outros é-lhes surdo.
O espelho da vaidade impede-os de atentar
E, quais matilhas guiadas,
Caminham insensíveis às brasas que lhes ardem os pés.
Uivos salivantes, gulosos do poder perfilado no horizonte
Rasgam a carne dos nus, despojados nos degraus das escadas
E as paredes da injustiça nunca serão derrubadas.


By Fernanda Paixão

2013/09/17

quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Este Arroio




Corre lento este arroio
Sem premência ou euforia
Leva vontade, sentimento
Outra cousa que água fria

Roça o dique e o transpõe
Sem que lhe impeça o destino
Corre lento este arroio
Num discorrer cristalino

Sulca fundo no seu leito
Sem entrevir qualquer fado
Corre lento este arroio
Contínua inconformado

By Fernanda Paixão
11/09/2013