Quebro

Quebro

Às vezes quebro

Sem motivo aparente ou razão maior

… Quebro

Às vezes,

Cansada na luta

as armas depostas,

braços pendentes e olhar infinito

…. Quebro

Quebro pelo caule,

Bem junto à raiz

No aroma da terra

Tal flor tecida a filigrana!

E quando o fim impõe o quebrar

Nem mão firme ou terra dura ..

brisa suave, que os cabelos me ondula,

Atalham o meu fracturar

E nessa quebra,

de pedaços errantes no chão,

Reconstruo – me a florar,

Qual ciclo da vida … eterno cambiar

Fernanda Paixão

27-02-2013

Que Importa?

Que Importa?

Que importa se sou louca,

Se penso diferente de ti,

Se falo com as pedras do chão?

Que importa se sou divagante

Se tropeço na tentativa de andar

Se caio no intento de saltar?

Que importa se sou egoísta?

Se calo ou perpéctuo as palavras

Se labuto ou fabulo as lavras?

Que importa se sonho acordada

Se transporto quimeras no peito

Se me abraço no corpo em deleito?

Que importa se sou altruísta

Se me escondo ou te entrego a mão

Se observo ou figuro intenção?

Que importa se gargalho ou se choro

Se sou fria ou inteira e ardente,

Se me entrego ou me mostro fremente?

Que importa se apenas sou eu,

Se vivo a vida a correr ou pausada sem nada perder

Se sinto antes de morrer?

Fernanda Paixão

13-02-2013

Imponderável

Leve é o sopro da vida

que nos tinge a tez e as faces

Que nos instiga audazes

Que nos transforma loquazes

Leve é o timbre de ser,

que nos tine em murmúrio

Que nos impele em furor

Que dos acomete em langor

Leve é cada existência

Neste tornar em cadência

Cuja pegada feroz

Se apaga num vórtice atroz

Leve a mágoa e o sorriso

Leve o rumo, se impreciso

Leve o amor de improviso

Leve a vida que enfatizo

Fernanda Paixão

08-02-2012