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quarta-feira, 19 de junho de 2013

Quando tudo Acaba





Quando tudo Acaba

Quando tudo acaba …
Fica o vazio,
O pó que insiste em bailar,
O olhar no infinito a quer repousar
O raio de sol que parece queimar!
Ficam as notas tocadas em ré,
Os desejos caídos na margem, sem fé.
Fica o passado gravado na mente,
A lembrança que nos deixa dormente!
Quando tudo acaba …
Fica uma névoa desfiada nos olhos
Pântanos sombrios de tristeza em molhos.
Fica um deserto de ausência infinita
Um sonho rendido ou um corpo que gravita.
Ficam verdades daquilo que foi
As dedadas na pele que, de dor, se corrói.
Ficam as palavras que não se disseram
Ficam sorrisos perdidos no ar
Ficam fantasmas a sobrevoar


By Fernanda Paixão
27-12-2011

segunda-feira, 17 de junho de 2013

UM BEIJO




Um beijo …
Um beijo, nunca é só.
Tem com ele tantas palavras.
Umas por dizer,
Tantas outras declaradas
E as desenhadas num pedaço de papel.
Um beijo …
Coisa simples, essa do beijo!
Ou anátema de emoções?
Um beijo, 
Aquele, simples, que se entrega por aí;
O galante, em desuso, suavizado nas costas da mão;
O que se atira soprado no ar e que alguém há-de apanhar;
O infantil, de baba e muco, e pura magia;
Um beijo …
Aquele, o primeiro, que será eterno;
O roubado ou dissimulado;
O que selou silêncios e tantos segredos;
O que desvendou mistérios e factos mais sérios;
O que foi transgressor e fez promessas de Amor …
Um beijo ….
Matéria complexa a simplicidade de um beijo.

Fernanda Paixão

14-06-2013

quinta-feira, 13 de junho de 2013

Abraçados





Beijo teus olhos que dormem
E o teu corpo que neles se embala.
Toco ao de leve os teus dedos
E brinco na palma da tua mão.
Desenhos que faço, tão calmos,
Ficam-te marcados na pele.
Sussurro palavras e
Agitas o corpo esquecido,
Roças os alvos lençóis.
Vincos, mais vincos e pregas,
Rodas o corpo dormente,
E a tua alma aquiescente e  
A tua boca conivente
Entregam-se na procura de um beijo.
Descanso meus lábios nos teus,
Entrelaçamos os dedos da nervosos,
Aninho-me nos por teus braços, ainda Morfeus.
Lá fora nada se renova
Ninguém se altera e as horas avançam
e nós aqui embalados num doce torpor
Fingimos.
Fingimos que somos só nós …


By Fernanda Paixão

31-09-2011