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quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Diamantes




Se as lágrimas fossem diamantes,
Lapidados pelas mãos dos anjos
Pesaríamos todos os gramas
Falseando pesares Lancinantes

Mas as lágrimas são água simples,
Apenas com um pouco de sal,
Poucos lhe conhecem a dor …
A que as transforma em cristal.

Quando a lágrima é composta,
Perfeita de tamanha emoção,
Transporta uma bagagem imensa,
Um pedaço do coração.

Fernanda Paixão
2012-09-26

sábado, 22 de setembro de 2012

Fui



Fui embalo num colo de Amor
e menina que corria a sorrir;
Fui criança com sonhos na mão
e jovem numa espiral de emoção;
Fui beijo dado a correr
e promessas de Amor Infinito;
Fui mão de um passeio a dois
e entrega em doçura depois;
Fui abrigo a uma vida em crescendo
E colo de Amor e entrega;
Fui sustento de uma vida nos braços
e lágrimas na dor em que me enlaço;
Fui a sombra do brilho dos outros
E rendição em cansaço e Amor
MULHER
um nada com tanto Valor

Fernanda Paixão
2012-09-21



quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Hoje Naufragantes





Hoje Naufragantes

Hoje,
Naufragantes,
Caminhantes de um trilho sem Luz
Sombras de uma adolescência perdida
Choramos a mágoa da fraqueza assistida
Hoje,
Jazidas da corrente da vida
Clandestinos numa sociedade suicida
Aclaramos os olhos com a lágrima dorida
Hoje,
Perdidos na penumbra da fraqueza humana
Afastamos o véu de uma bruma leviana

Fernanda Paixão
2012-09-20



terça-feira, 18 de setembro de 2012

Ainda Assim


Ainda assim,
Continuo. Piso o chão que me acolhe, na queda;
Olho o espelho que me devolve. Sorvo da caneca bocelada que liberta um fumegar turbulento.
Da janela, com vidros pungentes e caixilhos de tinta solta, esfarripam-se raios de um sol que se ofusca.
Sobre a mesa pairam folhas. Papel do foi. Histórias que mais não são que um passado.
No ar vacilam, sons que se confundem com as memórias de uma realidade que nunca existiu.
No alvoroço provocado pelo sopro do vendo lançam-se desejos, ensejos de amanhã.

Fernanda Paixão
20120918

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Já Vais Longe meu Amor





Já vais longe meu amor
Já não ouves as palavras que tarde te falei
Já não ouves as ondas dos meus passos no enlace dos teus.
Já não vês os meus olhos que te procuram na linha do horizonte
Já não vês as minhas mãos que as tuas desejam, nem os meus lábios que pelos teus ensejam

Já vais longe meu amor
Os passos que te levaram no alento do tempo
Deixaram-me na entrega cobarde ao pranto que me negou a partida
Já vais longe meu amor
Fica de ti lembrança do que foste, o sonho de um dia aprazado, o aroma doce do verão
Já vais longe e a chuva do inverno triste não tarde a cair
Já vais longe meu Amor

Fernanda Paixão
2012-08-15