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segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Sonolência


Deixo que a mente vagueie,
Que percorra os recantos que lhe escondo;
Deixo-me deslizar, parto, vou ao seu encontro;

Na doce sonolência do estar,
Entrego-me à indolência sem me inquietar;
Sinto o corpo fugir-me sem me admoestar!


Crepitam os ramos, gemem ao queimar,
Enfeitiça-me o laranja da chama que insiste em dançar,
Invade-me o calor que me impele a sonhar!

O meu corpo banhado em luz suspende-se num vazio que seduz,
Já não sou quem marca a cadência da minha existência,
Pendem-me os braços do corpo inerte,
Cala-se a voz num silêncio gritante,
Transcendo-me! Já nada é importante;


E nesta aprazível monotonia,
Envolta de transparente sinfonia,
A ti me entrego em perfeita harmonia

By Fernanda Paixão
2010-12-06

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