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quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Amas


Amas o impossível
Pelo impossível choras
É impossível esquecer
O impossível que adoras!

By Fernanda Paixão
1986-06-24

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Choro


A minha alma chora!
Soluça de mágoa e dor,
Grita em laivos … na escuridão com pudor!


Grita perdida e sem cor,
Grita fechada e em surdina,
Grita rasgada em farrapos, num grito que me amotina!


Grilhetas que a prendem e se enredam
Impedem que flua e flutue…
Mostram-lhe medos e segredam, que o tempo a desvirtue!


Minhas lágrimas são de sangue,
Do punhal que em mim cravaste!
O teu coração que está negro do mal que lá plantaste.


By Fernanda Paixão
2010-12-29

Tu, Amigo


Cansada,
O meu corpo num torpor se desfalece.
O meu ser se abnega e entristece.
E,
A minha voz rouca entorpece as palavras que outrora te diria


Minhas mãos,
Que em labuta constante, não teceram as teias deste estar,
Estão lívidas da ausência do almejar.
E,
Em pendor abandonado cadenciam o vazio a ferro e fogo cinzelado.


Os meu olhos,
Luz da alma que em fulgor, cintilam felizes qual condor,
Embaçaram num cinzento macilento, da perda, da dor, do momento,
Do sofrimento que me acossa e que, em pó me macilento


Sofro,
Na entrega sem reservas da minha alma,
Na partilha que em verdade queria calma,
Nas lágrimas que em amor já derramamos,
Na ausência das palavras que declamamos.




Adormeço
Nos soluços de uma culpa que é tua
No erro que não queres aceitar
No ódio que em teu coração fazes transportar.




Tu, amigo,
Que me abraça, que me ama ou me maltrata
Que me chama, que me esquece ou me delata
Vê-te a ti e aquilata.


By Fernanda Paixão
2010-12-28

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Amor de Pais



É pouco quando se recebe
É imenso quando se oferece
É remédio quando se tem
É veneno quando de perde


Sem qualquer paradoxo
É um sentimento furor
Quando o Amor é de pais
É sentimento maior 

By Fernanda Paixão

2010-12-28


quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Natal


No tempo de sermos nós
Esquecemos a ilusão
Percorremos a nossa vida
Sem sentir o coração


Nesta quadra de Natal
Em que o Sonho é Fantasia
Transformemos a nossa vida
Enchendo-a com Amor e Alegria


By Fernanda Paixão
2010/12/23

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Gosto de Gente


Gosto de gente honesta
Que faz da vida uma festa
Que partilha e se entrega
Que se oferece mas não se verga


Gosto de gente que vive
De gente que me cative
De gente com brilho nos olhos
De gente com alegria aos molhos;

Gosto de gente sem pressa
De gente simples que tropeça
Da que cai e se levanta
De gente que em sofrimento canta

Gosto de gente de todas as cores
De gente que gosta de flores
De gente transigente
De gente assim bem diferente

Gosto de gente com alma cheia
De gente com sangue na veia
De gente que sonha acordada
Que caminha de mão dada

Gosto de gente directa
De pensamento lavado
Com passo lento ou apressado
Que caminha com e sem gente ao lado

Gosto de gente com imaginação
De gente que tenha paixão
De gente que seja ousada
De gente rica ou descamisada

Gosto de gente inteligente
De gente que seja indulgente
De gente que se atira e se mostra
De gente que nunca se prostra

Gosto de gente que olha de frente
De gente que me acalente
De gente que não tem medo
De gente que guarda um segredo

Gosto de gente divertida
De gente que seja atrevida
De gente que seja versada
Gosto de gente com gargalhada

By Fernanda Paixão
2010-12-13

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Falta-me dizer-te


Falta-me dizer-te que me sigas
Que me ames em silêncio
Que me embales no teu colo
Que me fales com doçura
Que me beijes com ternura!

Falta-me dizer-te que me abraces
Que me desenhes e alvoraces
Que me confundas e desenlaces
Que me traces o destino
Que me dês o teu carinho!

Falta-me dizer-te que sou tua
Que me tens quando quiseres
Que me enredo no teu ser
Que me elevo por te ter

Falta-me dizer-te que te amo intensamente

By Fernanda Paixão
2010-12-06

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Sou Nua


Sou nua,
Despi-me de mim,
Fiquei transparente e neste instante trespassa-me o peito a dor do despeito.


Sou nua,
A ti me mostrei,
Roubas-te de mim o que não te dei. Marcaste o meu peito que nunca blindei!


Sou nua,
Chora-me o ser,
Procuro cansada o amanhecer. Procuro em vão não transparecer!


Sou nua,
Estou de partida,
Deixaste-me nua, tão desprotegida!


Sou nua,
Com roupa vestida. Não pode um amigo uma tal investida.


Sou nua,
Num mar turbulento,
Por mais que insista nunca mais aprendo!


Sou nua,
Frágil fulgor,
Suplico-te a ti, dá-me o teu calor.
Num abraço apertado, não finjas respeito!
Diz-me apenas a verdade sem qualquer preconceito!
Sê apenas sincero,
Amigo leal,
Não me digas mentiras, veneno fatal!

Sou nua
E assim tão frágil,
E em pura ilusão,
Te rogo amigo que não me magoes em vão.
Pois quando me entrego é com toda a paixão!


By Fernanda Paixão
2010-12-05

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Sonolência


Deixo que a mente vagueie,
Que percorra os recantos que lhe escondo;
Deixo-me deslizar, parto, vou ao seu encontro;

Na doce sonolência do estar,
Entrego-me à indolência sem me inquietar;
Sinto o corpo fugir-me sem me admoestar!


Crepitam os ramos, gemem ao queimar,
Enfeitiça-me o laranja da chama que insiste em dançar,
Invade-me o calor que me impele a sonhar!

O meu corpo banhado em luz suspende-se num vazio que seduz,
Já não sou quem marca a cadência da minha existência,
Pendem-me os braços do corpo inerte,
Cala-se a voz num silêncio gritante,
Transcendo-me! Já nada é importante;


E nesta aprazível monotonia,
Envolta de transparente sinfonia,
A ti me entrego em perfeita harmonia

By Fernanda Paixão
2010-12-06

domingo, 5 de dezembro de 2010

Utopia


Viver num delírio sem ter que explicar,
Sobrevoar os sonhos sem nunca voar!
Caminhar sobre a água sem saber flutuar,
Olhar para o mundo e senti-lo pulsar!


Viver como um louco com toda a paixão,
Acreditar nos outros e no seu coração
Transportar o sonho na palma da mão!
Ser uma quimera a viver sem razão!


Transpor as barreiras que ignora existir
Sorrir como um louco sem nunca iludir


Perscrutar os sons que existem em nós
Vibra-los no corpo como água na foz


Idílico existir assim tão sonhado
Olhar para a vida num véu rendilhado


By Fernanda Paixão
2010-12-05

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Talvez

Talvez te abrace ou te beije.
Talvez te olhe simplesmente.
Talvez embeleze a minha alma com o teu sorriso!
Talvez abrilhante o meu sorriso com o pensamento em ti.
Talvez procure no infinito o modo de te alcançar.
Talvez alcance a felicidade por a tua presença compartilhar!

By Fernanda Paixão
2010-12-03


quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Cuidadosamente

Desenho-te numa folha branca de papel amarrotado que aliso com as palmas da mão;
Pincelo com aguarelas as ondas do cabelo que imagino em ti;
Traço-te um sorriso rasgado, próximo da sonora gargalhada que me parece ouvir-te!
Os teus olhos vivaços, de olhar malandro são o espelho da alma que me embarcou na aventura do ser.
As tuas mãos sempre quentes, sempre prontas a segurar as minhas são o que sobra dos teus fortes braços que me abraçaram quando necessitei.
Cuidadosamente, dobro-te e fecho-te numa caixa para sejas sempre meu.


By Fernanda Paixão
2010-12-01