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quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Dor




Não me perguntes porquê
Não tenho a resposta
Não adivinhes a tristeza
Transporto-a presa
Contenho-a para não a chorar
Numa dor sofrida de tanto a calar
Roem-me as entranhas, desdobram-se em prantos
Grita-me a alma pela injustiça humana
A mutilação do justo, a condenação do honesto
Penso muitas vezes que não presto
Será que o mundo perdeu os valores?
Olho pró lado e vejo horrores
Não me perguntes porquê,
Não tenho a resposta
A soberba e a ambição são agora os valores da geração
O homem transporta o gosto da humilhação
Piso descalça o trilho da vida
Ferem-me os pés, sangra-me a alma
É a ti que peço perdão
Abdiquei de lutar e entrei-me à comiseração

By Fernanda Paixão
25/08/2010

2 comentários:

  1. Não.Never.Risque, apague o último verso.
    Provavelmente conhece a célebre "desiderata" de Max Ehrmann. Desde 1970 que sei de cor a declamação feita pelo Ruy de Carvalho na versão portuguesa, sobre música de fundo original lindíssima e seria pretensão citá-la, mas proponho que a oiça no Yotube.
    Bem, é (a meu ver) uma espécie de Bíblia a sério da VIDA.
    Foi o primeiro 45 rotações (Vinil) que comprei, quando os Beatles, Begges, Rolling Stones, etc, estavam na berra....

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  2. Sr. Carvalho,
    O meu sincero Bem-Haja pelo seu comentário. Através dele ouvi a Desiderata (que confesso não conhecia), declamada na voz inconfundível do “nosso” Ruy de Carvalho acompanhada com imagens e som que lhe davam, ainda mais, profundidade.

    Beijinho Sr. Carvalho e mais uma vez obrigado.

    PS.: Quanto ao ultimo verso do meu “poema”, há dias em que tudo à nossa volta parece envolto num manto de denso nevoeiro … mas no dia seguinte o sol volta a brilhar!!

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