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domingo, 25 de julho de 2010

Revelo



Adoço a mel
Tua pele
Que tangível
Se mascara de cores,
Se matiza de clamores
Traçados com o simples pincel.

Perfumo o teu cabelo
Uso o almíscar
Uso a canela
E assim já singelo
Desmoronado o teu flagelo
Me revelo
E em anelo
Minhas mãos em desvelo
Em ti me aquartelo

By Fernanda Paixão
25/07/2010

sábado, 24 de julho de 2010

Pensamento



"Hoje respiro fundo para preencher os vazios da (des)ilusão".


By Fernanda Paixão

24/07/2010

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Mudar



Passei-te ao lado, na rua que percorri sem te ver
Bateste-me à porta que mantive fechada
Preenchia-me o sonho de tudo mudar
Queimava-me as mãos aquela vontade
Transportava no peito assaz ansiedade

Sonhava a justiça e a dignidade
Sonhava um mundo de equidade

Procurava ser Maior, ser Melhor

No caminho perdi o pensamento
Perdi a cadência e a azáfama
Cedi na vontade de lutar
Entreguei o sonho de tudo mudar

Recolhi as garras da agitação
Entreguei as armas, vi a traição
Deixe que o sonho caísse por terra
Vi o mundo tal como ele era

A vida passa agora devagar
Os dias decorrem sem inquietação
Deixo que a paz invada o meu ser
Dou valor ao que me enche o coração

Abri-te finalmente a porta
Aceitei-te tal como és
Aprendi a viver-te, calma,
Vida



Fernanda Paixão, 21/07/2010

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Movimento Lento



É em movimento lento que ora caminho
Sem afogo e destemperos da juventude
Deixei para trás sonhos e ilusões

Hoje caminho em movimento lento
Vivo cada momento em menor ansiedade
Entrego-me à calma e a serenidade

Em movimento lento entrego-me à vida que, finalmente aprendi, tem que ser vivida.

Em movimento lento, VIVO

By Fernanda Paixão
21-07-2010

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Balanço





Balanço,
Danço,
Rodopio num vórtice de ilusão
Piso o chão quente da terra queimada
Levanta-se o pó
Sente-se o cheiro do calor do verão
Balanço
Danço
Rodopio num remoinho quente
Fecho os olhos e deixo-me embalar
Balanço
Danço
Rodopio no aroma que é teu
Embriago-me de Amor
Balanço
Danço
Rodopio no teu olhar
Sinto os teus olhos faiscar
Balanço
Danço
Rodopio
As pernas cansadas, trôpegas caem no chão
Balanço
Danço
Rodopio
Assim caída, deitada por terra
O corpo cansado
Repouso em silêncio
Entrego-me ao teu beijo e a este ensejo


Fernanda Paixão, 20/07/2010

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Ciclos de Felicidade




Roubei-te ao céu,
Fechei-te numa caixa que tranquei
Pudesse eu ter-te para sempre!

Espreito-te,
Deixo que me invadas e fecundes
Que te secundes em mim e logo foges e me contundes

Escondo-me,
Mergulho num profundo mar de silêncio
Isolo-me no escuro ao som calmo da noite

Embalo-me,
Nas lágrimas mudas que rasgam a face
Adormeço entre soluços e (des)ilusões que se tecem no enlace

Flutuo,
Nos acordes de uma melodia suave
Tento encontrar serenidade neste conclave


Questiono,
A paz que me percorre e serena
Olho a porta que me separa do real e me condena

Sinto
A brisa que sopra do mar
Deixo-me aconchegar

Sorrio
Ao desnudar-me ao luar
Deixo os meus fantasmas abalar

Aprendo
Ao despertar
A felicidade está onde a quisermos encontrar

Roubei-te ao céu
Fechei-te numa caixa que abro quando calhar
Fechei-te numa caixa que abro para partilhar.


By Fernanda Paixão
2010-07-15

quarta-feira, 14 de julho de 2010

O lado de dentro


Virei-me ao contrário.
Mostrei o lado de dentro,
Entreguei ao mundo o meu sentimento.

Não mostrei as entranhas nem o sangue nas veias
Mostrei ao mundo a minha alma e as suas teias.

Com ingenuidade e pouca ambição
Transportava ao relento o meu coração

Os lobos vieram com os dentes afiados
Quais lobisomens tão esfomeados.

Com utopia acreditei na bondade humana
Fui invadida por uma tristeza mundana

Hoje piso o caminho com leve pegada
Sigo o meu trilho já abnegada

Temente aos homens e às suas gingadas
No meu coração apenas deixam dedadas

Olho o futuro ainda com esperança
Que reine em nós um sorriso de criança

Continuo ainda a acreditar
Que o lado de dentro se vai poder mostrar



By Fernanda Paixão
2010-07-14

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Não importa



Não importa a guerra
Só deixa sangue na terra!
Não importa a posição
Se resulta da ambição!
Não importa o vencedor
Se antes houver corruptor!
Não importa a minha ilusão
Se houver desolação!
Não importa os sonhos que sonho
Se com eles me envergonho!
Não importa as palavras que invento
Se as leva o vento!
Não importa os desenho que esboço
Se logo a seguir os destroço!
Não importa os sorrisos que rio
Se não te contagio!
Não importa as lágrimas que deito
Se forem de despeito!
Não importa o meu sofrimento
Se nele houver sentimento!
Não a importa a felicidade
Se não for de autenticidade!
Não importa a eternidade
Se não houver afectividade!
Não importa o alvorecer
Se os olhos não o puderem ver!
Não importa Amar
Sem ter a quem o dar!
Não importa aquilo que escrevo, nem aquilo que penso
Se por um momento tu não estiveres para o poder partilhar.

By Fernanda Paixão
01/07/2010




quinta-feira, 1 de julho de 2010

O teu sofrimento



Lavei os meus olhos
Nas tuas lágrimas
Para que chorassem por ti
E as tuas lágrimas caíram
Nos meus lábios vermelhos carmim
Com os teus lábios molhados
Beijas-te os meus com doçura
Trocamos o gosto salgado
Das lágrimas da amargura.
Retribuí e beijei a tua boca
Para silenciar a tua dor
O sentimento assolou-me
E na face senti um rubor.
A tua mão pousou na minha
Com um toque suave e quente
Abraçamo-nos em silêncio
Sob o luar refulgente
Encostei-me ao teu ombro
Senti o teu coração
Queria dar-te o meu
Com toda a minha Paixão
Não quero ver-te sofrer
Dói-me a alma só de pensar
Não mereces nenhum sofrimento
És um ser invulgar

By Fernanda Paixão
2010-06-26